Compulsão Alimentar
A compulsão alimentar é, na maioria dos casos, um processo muito mais complexo do que o simples consumo exagerado de comida. Este é, na realidade, apenas o sintoma do quadro de compulsão alimentar, caracterizando uma fuga de inquietações internas que muitas vezes a própria pessoa não é capaz de precisar.
Embora fundamental, o acompanhamento psicológico no tratamento da compulsão alimentar muitas vezes é negligenciado ou é tratado com terapias estritamente racionalizadas. Com base em minha vivência clínica, observo que grande parte dos pacientes que apresentam quadro de compulsão alimentar trazem raízes inconscientes. Portanto, é importante uma terapia que trabalhe diretamente com o inconsciente. Afinal, quem nunca vivenciou o famoso ciclo “efeito sanfona”? Isso é comum pois na maioria dos casos o problema raiz não é trabalhado e assim cedo ou tarde outras crises virão.
As crises de compulsão alimentar geralmente funcionam da seguinte maneira:
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Alguma questão interna é ativada (medo, traumas, angústia, tristeza, raiva, ansiedade, dentre outros).
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Para aliviar essa sensação desagradável, a pessoa come compulsivamente.
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No momento em que come, a pessoa se sente muito bem, aliviando a tensão gerada.
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Em seguida vem uma sensação profunda de culpa.
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Como uma forma de superar a culpa, algumas pessoas restrigem a quantidade de comida na próxima refeição.
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A restrição alimentar faz a pessoa voltar a se concentrar na questão interna não trabalhada.
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Isso ativa posteriormente uma nova crise, e o ciclo se inicia novamente.
É importante reforçar que em muitos casos nem os próprios pacientes sabem a causa inicial que os leva a uma crise. Muitas vezes, trata-se de algo inconsciente. Por isso, eu trabalho com a técnica do EMDR para que possamos encontrar e solucionar o problema raiz que gera as compulsões e dessensibilizar os sintomas emocionais e físicos.
A comida não precisa ser um inimigo. Na verdade, ela é uma parte fundamental da vida!